Bioma Caatinga
Caatinga, o nome vem do tupi-guarani e significa “mata branca”, cor característica da vegetação durante as épocas de seca. A seca que está presente na terra, nas árvores de pequeno porte, nos arbustos espinhentos e nos cactos que dão forma ao bioma exclusivamente brasileiro.
Para se ter ideia da importância deste tipo de vegetação brasileira, bastaria dizer que é o bioma semiárido mais diverso do mundo, que ocupa área de 850 mil quilômetros quadrados, o equivalente a 11% do território nacional, e engloba parte dos estados do Maranhão, Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Sergipe, Bahia e Minas Gerais.
A Caatinga sustenta a economia da região Nordeste por meio de duas vertentes: fornecimento de energia e produtos florestais não madeireiros. No primeiro caso, 30% da matriz energética da região vem da lenha obtida por meio de exploração não sustentável, utilizada por 70% das famílias na preparação de alimentos. Já o recurso florestal não madeireiro é usado em diversas atividades econômicas: do forrageiro para pastagem de gado e produção de mel, passando pela comercialização de frutos nativos e plantas medicinais, até às cerâmicas e indústrias de gesso, que geram divisas para o país.
Dentro deste cenário rico da natureza, cabe essencial papel ao Solo. Por isso, debates estão sendo promovidos em torno da “Governança do uso do solo na Caatinga e Ano Internacional do Solo”, com foco em água, plantas e sociedade. O objetivo é obter subsídios para futuras políticas públicas para a promoção da convivência sustentável com o Semiárido brasileiro. Bioma extremamente frágil, a Caatinga perdeu 40.000 km² que se transformaram em deserto nos últimos 15 anos devido à interferência do homem na região. Vale ressaltar que no Nordeste, a maioria da população rural se dedica ao extrativismo, culturas de subsistência e pecuária.
“A Caatinga existe apenas no Brasil e é um patrimônio muito valioso. Metade da bacia do rio São Francisco está situada na Caatinga, e grande parte das soluções de desenvolvimento regional passa por esse bioma. É possível conciliar produção econômica e desenvolvimento com a conservação. A conservação, na verdade, resguarda e potencializa o desenvolvimento”, afirma o pesquisador José Alves de Siqueira Filho.
De acordo com Siqueira Filho, a Caatinga é o bioma brasileiro de mais difícil restauração. “As ações de restauração são muito mais caras do que as de conservação. Além disso, o trabalho de restauração da Caatinga tem a escassez de água como fator limitante. A implantação bem sucedida de ações de restauração em áreas em que há pouca ou nenhuma água representa um imenso desafio científico e tecnológico”, explica o pesquisador, que atua no Centro de Referência para Recuperação de Áreas Degradadas da Universidade Federal do Vale do São Francisco (Crad-Univasf)
*texto publicado originalmente no site Jornal Zona Sul
*Lembrando que, o desmatamento do Bioma afeta radicalmente na biodiversidade do mesmo.
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